quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Prontuário sonoro



Um prontuário é, normalmente, um livro que permite resolver rapidamente algumas dúvidas relativas a uma determinada área. No campo da língua, os prontuários costumam ter, por exemplo, uma lista das principais palavras, a correção dos principais erros cometidos pelos falantes ou uma relação dos nomes próprios, entre muitas outras utilidades.
A RTP proporciona aos navegadores da internet um Prontuário Sonoro, "uma coleção, em atualização permanente, de palavras da língua materna que apresentem dificuldades ou dúvidas de pronúncia e de outras de línguas estrangeiras com uso continuado no audiovisual português (por exemplo, termos científicos, nomes de escritores, artistas e políticos, nomes de lugares, etc.)."
Imaginem que vos surge uma dúvida acerca da pronúncia de uma palavra. No topo, optam pela ligação "Palavras" e verão uma enorme lista que poderá ser percorrida por ordem alfabética, sendo, também, possível, usar a caixa de pesquisa para se encontrar diretamente a palavra desejada. Basta, então, clicar no ícone semelhante a um megafone e poderão ouvir a pronúncia correta.
Trata-se de um instrumento útil, a merecer divulgação e uso.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Conjugar verbos, um problema resolvido




O Português é uma língua difícil e uma das grandes dificuldades está na conjugação verbal. Com o auxílio do Lx Conjugator, será possível tirar dúvidas num instante, bastando escrever o infinitivo e esperar pela aparição do verbo completa e certeiramente conjugado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Uma cantiga de D. Dinis

-Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
     Ai Deus, e u é?

Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
     Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pos comigo!
     Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado
aquel que mentiu do que mi ha jurado!
     Ai Deus, e u é?

-Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
     Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
     Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
     Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
     Ai Deus, e u é?


Esta é uma das cantigas mais conhecidas de D. Dinis. Trata-se de uma cantiga de amigo, isto é, de um texto em que podemos imaginar a voz de uma mulher a falar do seu namorado.
Nas primeiras quatro estrofes, a mulher dirige-se às flores, perguntando-lhes se sabem notícias do amado que teria combinado um encontro. Presa da ansiedade, a mulher parece pensar que ele faltará a esse encontro. Por outro lado, o facto de ter como único confidente a Natureza quer dizer que, neste momento, a mulher está sozinha, o que nos pode levar a pensar que seria um encontro amoroso num local isolado.
Nas últimas quatro estrofes, as flores, surpreendentemente, respondem-lhe, garantindo que o amado irá cumprir o prometido. Sabendo-se que as flores não falam ou que, pelo menos, não conseguimos ouvi-las, provavelmente funcionam, aqui, mais como a manifestação do desejo que a própria senhora sentiria.
O que levaria um homem a escrever, assumindo uma voz feminina? Provavelmente, seria uma maneira de imaginar uma situação por ele desejada: um encontro a sós com uma mulher que o espera ansiosamente.

D. Dinis, rei e poeta, nasceu há 750 anos


No dia 9 de outubro de 1261, há 750 anos, nascia aquele que viria a ser uma das figuras mais fascinantes da História medieval portuguesa, D. Dinis. Foi o sexto rei de Portugal e, entre muitos outros factos que merecem referência, contribuiu para a fundação da Universidade e obrigou a que toda a documentação oficial passasse a ser em Português e não já em Latim. Para além disso, casou-se com Isabel de Aragão, que viria a ser canonizada, sendo hoje a padroeira da cidade de Coimbra.
Nas artes, D. Dinis foi autor de 137 composições trovadorescas, cobrindo todos os géneros, sendo, por muitos, considerado um dos maiores poetas portugueses de sempre. De tal modo a literatura lhe corria nas veias que dois dos seus filhos, D. Pedro, Conde de Barcelos, e D. Afonso Sanches, viriam a ser igualmente trovadores e homens de letras.
Podem consultar uma biografia no Portal da História.