A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro).
Mas, embora
seja uma semente como as nozes, tem
muito menos gordura e muito mais amido (um hidrato de carbono), o que lhe dá
outras possibilidades de uso na alimentação.
As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte de potássio.
Consideradas, atualmente, quase como uma “guloseima” de época, as castanhas, em tempo idos, constituíram um nutritivo complemento alimentar, substituindo o pão na ausência deste, quando os rigores e a escassez do Inverno se instalavam.
Assadas ou
transformadas em farinha, as castanhas sempre foram um alimento muito popular, cujo
aproveitamento remonta à Pré-História.
É em novembro que
mais se consomem castanhas em Portugal.
Infelizmente, só nesta época do ano é lembrado o valor nutricional deste
fruto.
A CASTANHA AO LONGO DOS TEMPOS
Pensa-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso.
A par com o pistácio, a castanha constituiu um importante contributo calórico ao homem pré-histórico que também a utilizou na alimentação dos animais.
· Os gregos e os romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel
silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus
banquetes.
· Com o Renascimento, a gastronomia assume novo requinte, com novas fórmulas e confeções. Surge o marron glacé, passando de França para Espanha e daí, com as Invasões Francesas, chega a Portugal.
Os magustos e S. Martinho
Quem foi S. Martinho?
Corria o ano de 337, no século IV, e um outono duro e frio
assolava a Europa. Reza a lenda que um cavaleiro
gaulês, chamado Martinho, tentava regressar a casa quando encontrou a meio
do caminho, durante uma tempestade, um
mendigo que lhe pediu uma esmola.
O cavaleiro, que não tinha mais nada consigo, retirou das costas o manto que o
aquecia, cortou-o ao meio com a espada, e deu-o ao mendigo. Nesse momento, a
tempestade desapareceu e um sol radioso
começou a brilhar.
O milagre ficou conhecido como «o verão de São Martinho». Desde então,
por altura de novembro, o ríspido
tempo de outono vai embora e o sol ilumina-se no céu, como aconteceu quando o
cavaleiro ofereceu o manto ao mendigo.
É por causa desta lenda que, todos os anos, festejamos o Dia de São Martinho a 11 de novembro. O
famoso cavaleiro da história era um militar do exército romano que abandonou a
guerra para se tornar num monge católico e fazer o bem.
São Martinho foi um dos principais religiosos a espalhar a fé cristã na Gália (a
atual França) e tornou-se num dos santos mais populares da Europa! Diz-se que
protege os alfaiates, os soldados e
cavaleiros, os pedintes e os produtores de vinho.
A tradição
· Foi a 11 de novembro que São Martinho foi sepultado na cidade francesa de
Tours, a sua terra natal e é por esse motivo que a data foi a escolhida para
celebrar o Dia de São Martinho.
· Além de Portugal, também outros
países festejam este dia. Em França e Itália, à semelhança de Portugal,
comem-se castanhas assadas.
Já em Espanha, faz-se a matança de um
porco, e na Alemanha acendem-se fogueiras e organizam-se procissões.
A tradição manda que, em tempo de São Martinho, se façam magustos (festas onde se assam castanhas).
· O São Martinho festeja-se numa época do ano marcada pela colheita da castanha (feita
durante os meses de outubro, novembro e
dezembro) e por isso é natural que ela seja convidada para fazer parte da
festa!
Mas há histórias que contam que a origem dos magustos até está no Dia de Todos os Santos, 1 de novembro. Diz-se que se terá começado por preparar mesas com castanhas por altura de novembro para que os espíritos dos mortos da família aparecessem e as pudessem comer!
Mas nem só de castanhas se faz a tradição do São Martinho, a 11 de novembro.
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